A recuperação de crédito entre os belo-horizontinos aumentou no mês de julho de 2018. De
acordo com dados divulgados ontem pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte
(CDL/BH), a variação positiva foi de 18,48% em relação a junho e, na comparação com o
mesmo mês do ano passado, o volume de pessoas que recuperaram o crédito na Capital
cresceu 2,88%.
A entrada de capital extra na economia durante o período, proveniente do pagamento da
primeira parcela do 13° salário dos servidores municipais, somada ao recuo da in?ação
medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de -1,26% em junho
para -0,33% em julho, contribuíram para essa expansão da recuperação de crédito, como
destaca a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos.
“A alta da inflação em junho e, consequentemente, o aumento do custo de vida e a redução
da renda disponível da população, fez com que o resultado do mês seguinte fosse esperado.
O aumento de recursos disponíveis para as pessoas inadimplentes fez com que elas
aproveitassem a oportunidade para quitar seus débitos”, explicou Ana Paula.
A tendência para o segundo semestre, segundo a economista, é de aumento dessa
recuperação devido a novas entradas de capital extra com o pagamento do 13º salário dos
aposentados e as restituições de imposto de renda. “Isso dá um fôlego para essa
recuperação que poderia ter sido
maior, porém, apesar de estar desacelerando, a taxa de desemprego ainda está em
patamares elevados e prejudica o ritmo”, afirmou.
Dívidas pagas
O pagamento de dívidas em julho de 2018, na comparação com junho do
mesmo ano, registrou aumento de 17,46%. Já na variação anual, o indicador caiu 3,94%,
queda associada, principalmente, à lenta recuperação da economia. “Mesmo com
indicadores macroeconômicos em patamares melhores que dos últimos anos como inflação
e taxa de juros, a economia ainda não está crescendo o suficiente. O capital extra
permite que os consumidores quitem parte das dívidas e, mesmo que não consigam pagar
todas, conseguem diminuir a quantidade de débitos que têm no CPF”, esclareceu a
economista.
Jovens e mulheres
O levantamento apontou ainda que, em julho, a faixa etária com o maior índice de
cancelamentos de registros no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da CDL/BH foi a dos
jovens com idade entre 18 a 24 anos (21,44%). Na variação por gêneros, as mulheres
seguem com maior recuperação do crédito, com retração de 2,1% no endividamento,
enquanto, para os homens, o recuo foi de 1,84%. Além da queda de 2,2 pontos percentuais
na taxa de desocupação entre o público feminino registrada pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), o valor médio de dívida das mulheres é menor.
“A renda dos jovens é menor e por isso eles estão menos inadimplentes. Já as mulheres
consomem mais que os homens, porém tem uma dívida média menor, o que torna a
quitação dos débitos mais fácil para elas”, destacou Ana Paula Bastos.
Fonte: Diário do Comércio